Histórico

O atual Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE) teve sua origem em um programa de pesquisas que vem sendo desenvolvido há mais de 15 anos por um grupo de pesquisadores de diversas instituições nacionais (Universidade Federal de São Carlos, Universidade de São Paulo, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Universidade de Brasília e Universidade Federal do Pará), em pareceria com uma instituição norte-americana (Eunice Kennedy Shriver Center for Mental Retardation – Massachusetts, EUA).

A aprovação de dois projetos sucessivos pelo PRONEX (Programa de Apoio a Núcleos de Excelência) do Ministério da Ciência e Tecnologia, durante os períodos de 1998-2003 e 2004-2007, deu origem ao Núcleo de Estudos sobre Comportamento, Cognição e Ensino (ECCE), que foi o ponto de partida do atual INCT-ECCE. Os objetivos principais do Núcleo eram a investigação básica de processos relacionados a comportamentos complexos e cognição, e a aplicação dos conhecimentos obtidos ao desenvolvimento de procedimentos de ensino aplicáveis a crianças com dificuldades de aprendizagem, pessoas com deficiência intelectual e adultos analfabetos.

Ao longo do tempo, o ECCE progressivamente expandiu-se como Núcleo, agregando novos pesquisadores, desenvolvendo ações integradas de pesquisa, formando recursos humanos e transferindo conhecimentos de relevância prática para a sociedade.

O apoio do PRONEX permitiu ao ECCE consolidar a articulação dos esforços de pesquisa de seus membros, passando a constituir, de fato, uma rede multi-institucional de pesquisadores. Com este requisito alcançado, o ECCE submeteu ao edital 15/2008 do Ministério de Ciência e Tecnologia (por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, em parceria com fundações estaduais de apoio à pesquisa), que criava os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, o projeto do INCT-ECCE. A proposta do Instituto previa a expansão das atividades de pesquisa e a inclusão de novos pesquisadores de outros programas em outros estados e regiões, como a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. A ideia principal foi a de integrar pesquisadores com competências complementares às dos membros mais antigos e, com a rede ampliada, incluir como alvo de suas pesquisas uma população maior e diversificada de crianças com déficits em funcionamento simbólico, acrescentando novas populações de crianças com distúrbios neurológicos congênitos ou adquiridos.

O programa de pesquisa do INCT-ECCE, intitulado “Aprendizagem relacional e funcionamento simbólico: Pesquisa Básica e Aplicada”, é constituído por três componentes principais: (1) Ciência Básica que desenvolve novos conhecimentos e novas metodologias relevantes para a compreensão e potencial prevenção ou melhoria de déficits de função simbólica;  (2) Ciência Translacional - que valida efetivamente os novos princípios e/ou novos procedimentos derivados dos estudos básicos em estudos clínico/educacionais iniciais, em condições quase-controladas e (3) Ciência Aplicada - que desenvolve  soluções exequíveis e efetivas em termos de custo/benefício para os desafios da ampla disseminação de procedimentos terapêuticos e educacionais baseados em evidência científica de sua efetividade para ambientes típicos de serviço (e.g., escolas, hospitais, clínicas, etc.).

As pesquisas desenvolvidas pelo INCT-ECCE têm permitido o avanço no conhecimento sobre seu objeto de estudo e, também, o desenvolvimento de tecnologia instrucional/educacional relevante para a promoção de comportamentos simbólicos e para a recuperação de déficits simbólicos em crianças e adultos. Os resultados alcançados podem informar políticas públicas voltadas para problemas relacionados à comunicação humana, incluindo a aquisição de linguagem falada e escrita e as dificuldades na alfabetização.